sexta-feira, 27 de julho de 2007

A sombra da morte se aproxima...


Acho que hoje resolvi falar de um dos temas, mais dificeis pra mim, a sombra da morte não é um dos temas que agrade a grande maioria das pessoas, tão pouco me agrada, talvez agrade aos escritores, mas tenho lá minhas dúvidas que esse contentamento momentâneo seja mais pela teoria do que pela prática em si; resolvi falar de um amigo que poucos tiveram a honra de conhecer, mas que eu tive a honra de compartilhar minha infância e minha adolescência e esses últimos momentos; esse amigo carrega consigo a sombra da morte; acho que bem em breve não estará mais entre nós e falar o quanto ele me humanizou é a melhor das formas de homenageá-lo.
Esse amigo não é um ser humano, embora tenha muito mais princípios que muitos seres humanos, trata-se do meu amigo mais leal meu cachorro Ray; foram tantos anos juntos que chego a achar que com sua partida, também vou deixar de existir; quanto de você foi dedicado a mim, sem esperar que eu lhe retribuísse na mesma altura os seus sentimentos; todos seus olhares de admiração, fazendo de mim uma super heroína sem ser digna dos méritos a mim atribuídos; me lambendo as lágrimas sempre que me via chorar pelas menores das futilidades, algumas como um amor não correspondido, um anseio pelo futuro, vestibular... Você estava sempre aqui o tempo todo, só meus olhos não viam o quanto me oferecia e em troca só me pedia que eu lhe dedicasse um pouquinho de comida, atenção e amor.
Você ainda esta vivo, mas vejo em seus olhos algo que me parece mais uma súplica para partir; sempre que ocorreu de você adoecer, a única coisa que sempre te pedia em brados era:
-- Não me deixes, preciso de você!!!
Como fui egoísta, sempre pensando em mim, mas o engraçado é que quando pensava em mim, “achavas” que estavas pensando em você, “contraditório mais real”, já li isso de alguém antes e não acredito estar sentindo o mesmo agora. Não agora!!!

“Realmente não latia: uiva-va baixinho, e os uivos iam diminuindo, tornavam-se quase imperceptíveis.” (Vidas Secas – Graciliano Ramos).

Não quero te ver sofrer, prefiro um adeus forçado a permanece nessa inacção dolorosa, tanto pra você, quanto pra mim; mas como sou comodista , me pego tentando ludibriar a morte para extorquir mais tempo de vida para você, me perguntando se alguém já conseguiu esse feito, mas quando faço isso não estou mirando os seus olhos mais o meus que não querem deixar você partir, seu pudesse... Como as coisas agora estariam diferentes... Se eu pudesse sofreria suas dores, morreria em seu lugar, mas não posso mudar essa situação, por mais que me estilhace o coração e pode acreditar que meu coração se encontra em cacos; não sou dona da morte, não posso pressentir suas ações, evitar suas vítimas, só a sinto com certo espanto e curiosidade tão presente, que um arrepio por entre minha coluna demonstra que ela me inala, mas me diz que não estou pronta para ser colhida por suas mãos frias, calculistas e emplacadoras, talvez ela mude de idéia e venha me colher. A morte tem lá suas razões... Que repudio sem conhecê-las de fato.

O que você me deu Ray, nem um outro cachorro poderá me dar, você me deu os mais majestosos anos de sua vida!!!

“A distancia nos permite as saudades, mas nunca o esquecimento...”.

AMO VOCÊ!!!

Um comentário:

Unknown disse...

Je,não sofra por antecipação... Deus sabe o que é melhor pro Ray. Também vou sentir muita falta dele, eu sei, que você vai sentir mais, mas não quero perde você, animo.
Amo você tata, tambem amo o Ray, a Mell e o Nino.
Todos vamos morrer um dia. Pense nisso.

Bjuz