MARIA-MACUMBÉ

MARIA-MACUMBÉ era uma retirante que se via diante de um mundo novo, chegara a pouco na cidade grande, via tudo ao seu redor com olhos de criança a cobiçar aos que lhe passavam pela rua, iludida por seus olhos, deu de frente com um salão de cabeleireira, onde vira entrar por entre uma das portas do salão de beleza uma mulher alta, elegante, de porte fino e de condição muito superior a dela, viu os cabelos da mulher que nessa hora parecia mais uma Deusa do que um ser providos de carnes, desejou ter os mesmo cabelos alvos que essa mulher, a dona do salão atenta ao olhares de MARIA MACUMBÉ viu nela, uma forma de tirar proveito da situação talvez pudesse prover algum resquícios de sonhos naquela pobre criatura; ofereceu a ela um dia de trabalho em troca de seu tão desejado sonho, MARIA MACUMBÉ, aceitou mais que sorrateiramente o dia de princesa que a esperava, lógico isso só ocorreria depois de uma longa jornada de trabalho, pela primeira vez na vida MARIA MACUMBÉ se sentiu útil, a dona do salão também se orgulhou da + recente funcionaria e cliente; MARIA MACUMBÉ parecia ter tirado a sorte grande, nem ela acreditava que por se encantar pelos cabelos alvos da mulher alta, elegante, de porte fino e de condição muito superior a dela, estavas tendo uma chance de emprego, uma chance pra realizar seus sonhos, ter os mesmos cabelos alvos; ao final do dia, se sentiu uma princesa, foi contratada pela dona do salão, nada em sua pobre existência poderia estar mais perfeito; ao caminho de casa deu de frente com um homem, esse a olhou como nenhum homem a olhara antes, seu nome MANPIGUARI, sentia que acabara de achar o homem da sua vida, iludida por sua cantada fatal:
-Da onde você veio não tem mais da sua espécie?

Sentiu se como um mico leão dourado, mas foi o elogio mais sublime já ouvido por ela durante sua vida toda, teve a certeza de estar diante do homem certo, impulsionada pelo que ela julgava ser AMOR, se entregou por inteira, tão por inteira que no outro dia apareceu morta, sem sua cabeça, seu sonho havia sido devorado literalmente...

Como de supetão ela acorda e salta do ônibus, vê como um dejavú a mesma mulher alta, elegante, de porte fino e de condição muito superior a dela entrar pelo mesmo salão que havia sonhado, mas agora não tinha mais o mesmo brilho nos olhos como antes, via se agora estagnada diante da situação, se escolhesse o caminho do salão, não mais voltaria depois daquele dia, mas se seguisse reto, seu caminho aonde iria parar? Foram tantas oportunidades em um único dia... Enquanto ela pensava, o dia passava... Viu MANPIGUARI abordar outra mulher, viu suas trocas de olhares, seus desejos, viu essa mulher ter tido sua cabeça devorada e pela primeira vez depois de supostamente morta agradeceu por não ter seus sonhos atendidos... Seguiu seu caminho e até hoje, nunca mais foi ouvido falar de MARIA MACUMBÉ... Mas de MANPIGUARI ainda se ouve o último gritos de suas vítimas sem cabeças...

FIM

DICIONÁRIO:

MANPIGUARI. É um animal cabeludo, parecido com o homem. Os seus pelos fazem com que ele não seja morto por balas, salvo se a bala lhe atingir o umbigo. Diz à lenda que o manpinguari mata os homens, devorando, apenas, suas cabeças.

MARIA-MACUMBÉ. É uma brincadeira infantil. As crianças se escondem para que uma, de olhos vendados, as procurem. Se agarrar uma delas, esta passa a ser a Maria-Macumbé, isto é, fica com os olhos vendados ou de costas até agarrar alguma para lhe substituir na brincadeira.

ESPERO, REALMENTE QUE APRECIE ESSE CONTO, POIS ESCREVI ELE BASEADOS EM FATOS REAIS... RSRS

ENTÃO A MORAL DA ESTÓRIA É, SAIBAMOS QUE COR PÔR NO CABELO, DE REPENTE VOCÊ PODE ATRAI UM MANPIGUARI BEM PRA SUA CABEÇA, E PIOR AINDA FICA SEM ELA... KKKKKK